A
minha paz voz dou.
Havia um pequeno sítio à beira de uma estrada
movimentada, onde existia uma humilde casinha, habitada por um casal de idosos
lavradores.
Eram pessoas simples e sem instrução
intelectual, mas com a sabedoria que só a vida laboriosa e sofrida sabe dar.
O senhor saía todas as manhãs bem cedinho
para o seu trabalho na lavoura e voltava ao cair da tarde quando o sol já
estava mergulhando no horizonte.
Um certo dia, vinha ele voltando de mais uma
jornada e encontrou pelo caminho um grupo de pessoas sentadas à sombra de uma
árvore conversando. Quando ele se preparava para passar ao largo, um jovem que
parecia ser o líder, o chamou e disse: O senhor tem um pouco de água e comida
para mim e os meus companheiros? Ele respondeu que tinha e os levou à sua casa,
onde a sua esposa com os poucos recursos que tinha começou a preparar uma
refeição simples para todos.
Enquanto isto o senhor da casa acomodou os
hóspedes e lhe ofereceu valioso líquido para saciarem a sede. Fez isto com
muito boa vontade e cordialidade que só as pessoas simples e sofridas têm a
oferecer. Depois da refeição em que o grupo falou pouco, ele os convidou para
repousarem em sua pequena casa.
Mas o estranho líder do grupo recusou o
convite e com o olhar penetrante lhe desejou paz e prosperidade e seguiram o
seu caminho.
Depois desta rápida visita, o senhor daquela
casa notou várias diferenças na sua vida. O seu corpo não doía mais, a sua
visão tinha melhorado, o sono vinha com mais rapidez e tranquilidade. A sua
esposa estava mais disposta e feliz com a vida. O casal conversava mais entre
si; e havia mais sorrisos.
As colheitas começaram a melhorar e a
proporcionar a eles uma vida menos sofrida e rude. Depois de alguns anos o
senhor daquela casa ficou sabendo que aquele jovem tinha feito muitas coisas
extraordinárias e também muitas inimigos e que um dia ele foi preso, condenado
e morto na cruz humilhante.
O senhor pensou sobre o que aconteceu e
concluiu que na sua casa o jovem não tinha feito nada que chamasse a atenção ou
algum milagre.
Mas que o jovem só tinha deixado uma coisa
que ele precisava muito, mas até então não sabia, que era a Paz de Espírito.
O nome do jovem ele ficou sabendo depois:
Jesus de Nazaré.