A REALIDADE EM POUCAS PALAVRAS
Pedra
angular na vida das pessoas, a educação vem sendo discutida e transformada a
fim de contemplar as peculiaridades da sociedade atual. No entanto, para que as
transformações se materializem, os professores e a sociedade precisam colocar
“a mão na massa”, uma vez que se estes executam e a legislação depende dos “maiores”,
e é aí, onde as coisas precisam ser alinhadas, ao passo que o promulgado se
efetive e, por conseguinte, a Constituição Federal e as leis oriundas da Carta
Magna sejam vivenciadas entre os brasileiros.
É
claro que, a segurança, o saneamento básico, a saúde, a educação... são
direitos constitucionais e dependem direto ou indiretamente do poder e da
política, e estes, podem significar coerência, sensatez, credibilidade,
democracia e justiça, mas também, podem ser associados à atividades duvidosas.
Assim, se na educação o foco é a aprendizagem dos estudantes e na segurança a
meta é proteger os cidadãos e praticar a justiça, na política a democracia e a
justiça precisam imperar, mas como acreditar numa política onde a falácia
predomina nos pleitos eleitorais e os benefícios à população não são os
prometidos?
A
sociedade precisa discernir os opressores dos oprimidos e não calar-se diante
dos opressores, pois só há libertação da classe trabalhadora mediante as lutas
coletivas. Dito de outro modo, é preciso ir de encontro a ação dominadora,
“através da qual os dominadores pretendem aparecer como salvadores dos homens a
quem desumanizam” e que, “os heróis são exatamente os que ontem buscavam a
união para a libertação e não os que, com o seu poder, pretendiam dividir para
reinar” (Paulo Freire, 2013, p. 196-197).
O mesmo autor destaca que a manipulação é característica das elites
dominantes e que a educação e a organização são trilhas para se libertar desse apartheid de interesses.
É
claro que os professores precisam escolher o melhor caminho para ensinar, a
sociedade, a melhor maneira para participar da educação e os responsáveis dos
Três Poderes tomarem consciência das funções que exercem, já que um país só se
desenvolve quando todo o seu povo, em suas classes e funções executam suas
tarefas com sensatez e responsabilidade. Parece fácil, mas num país, onde a cor
da pele foi característica para escravizar, o sexo foi impedimento para
votar/trabalhar e a educação um privilégio da elite, as mudanças só ocorrem por
meio das marchas populares.
“Gostaria
de deixar bem claro que não apenas imagino, mas sei quão difícil é a aplicação
de uma política de desenvolvimento humano que, assim, privilegie
fundamentalmente o homem e a mulher e não apenas o lucro” (FREIRE, 1996, p.
131). Mas é pertinente garantir que educar é conscientizar. Para isso, os
valores morais (respeito, honestidade, solidariedade...) precisam ser
aprendidos em casa, sequenciados na escola, assistidos na mídia e presenciados
na sociedade. Assim sendo, embora a educação seja a mola propulsora para a
transformação do país, as mancas políticas públicas os problemas sociais e
econômicos dificultam o alcance dos objetivos, e o pior disso tudo, é que os “governantes”
creditam o fracasso educacional na “conta” dos professores. É óbvio que há
professores que não cumprem suas funções, mas o Estado tem cumprido com suas
incumbências? Ressalto que uma falha não justifica a outra e os erros precisam
ser refletidos e corrigidos.
À
luz das considerações apresentadas, DESTACO que esse não é um texto de cunho
“Politicagem”, mas sim, é o resultado de reflexões a respeito da realidade em
que o Estado brasileiro se encontra e, sobretudo de algumas (re)leituras que
tenho feito constantemente a fim de aperfeiçoar o trabalho que exerço. Para
finalizar, deixo um trecho de meu Memorial: “estudar a educação básica foi um
desafio, fazer faculdade uma honra e ser professor uma maravilhosa aventura”.
(Por Sidmar da Silva Oliveira).
(Por Sidmar da Silva Oliveira).
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: 55. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
_____________. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
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