quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A REALIDADE EM POUCAS PALAVRAS



A REALIDADE EM POUCAS PALAVRAS

Pedra angular na vida das pessoas, a educação vem sendo discutida e transformada a fim de contemplar as peculiaridades da sociedade atual. No entanto, para que as transformações se materializem, os professores e a sociedade precisam colocar “a mão na massa”, uma vez que se estes executam e a legislação depende dos “maiores”, e é aí, onde as coisas precisam ser alinhadas, ao passo que o promulgado se efetive e, por conseguinte, a Constituição Federal e as leis oriundas da Carta Magna sejam vivenciadas entre os brasileiros.
É claro que, a segurança, o saneamento básico, a saúde, a educação... são direitos constitucionais e dependem direto ou indiretamente do poder e da política, e estes, podem significar coerência, sensatez, credibilidade, democracia e justiça, mas também, podem ser associados à atividades duvidosas. Assim, se na educação o foco é a aprendizagem dos estudantes e na segurança a meta é proteger os cidadãos e praticar a justiça, na política a democracia e a justiça precisam imperar, mas como acreditar numa política onde a falácia predomina nos pleitos eleitorais e os benefícios à população não são os prometidos?  
A sociedade precisa discernir os opressores dos oprimidos e não calar-se diante dos opressores, pois só há libertação da classe trabalhadora mediante as lutas coletivas. Dito de outro modo, é preciso ir de encontro a ação dominadora, “através da qual os dominadores pretendem aparecer como salvadores dos homens a quem desumanizam” e que, “os heróis são exatamente os que ontem buscavam a união para a libertação e não os que, com o seu poder, pretendiam dividir para reinar” (Paulo Freire, 2013, p. 196-197).  O mesmo autor destaca que a manipulação é característica das elites dominantes e que a educação e a organização são trilhas para se libertar desse apartheid de interesses.
É claro que os professores precisam escolher o melhor caminho para ensinar, a sociedade, a melhor maneira para participar da educação e os responsáveis dos Três Poderes tomarem consciência das funções que exercem, já que um país só se desenvolve quando todo o seu povo, em suas classes e funções executam suas tarefas com sensatez e responsabilidade. Parece fácil, mas num país, onde a cor da pele foi característica para escravizar, o sexo foi impedimento para votar/trabalhar e a educação um privilégio da elite, as mudanças só ocorrem por meio das marchas populares.
“Gostaria de deixar bem claro que não apenas imagino, mas sei quão difícil é a aplicação de uma política de desenvolvimento humano que, assim, privilegie fundamentalmente o homem e a mulher e não apenas o lucro” (FREIRE, 1996, p. 131). Mas é pertinente garantir que educar é conscientizar. Para isso, os valores morais (respeito, honestidade, solidariedade...) precisam ser aprendidos em casa, sequenciados na escola, assistidos na mídia e presenciados na sociedade. Assim sendo, embora a educação seja a mola propulsora para a transformação do país, as mancas políticas públicas os problemas sociais e econômicos dificultam o alcance dos objetivos, e o pior disso tudo, é que os “governantes” creditam o fracasso educacional na “conta” dos professores. É óbvio que há professores que não cumprem suas funções, mas o Estado tem cumprido com suas incumbências? Ressalto que uma falha não justifica a outra e os erros precisam ser refletidos e corrigidos.
À luz das considerações apresentadas, DESTACO que esse não é um texto de cunho “Politicagem”, mas sim, é o resultado de reflexões a respeito da realidade em que o Estado brasileiro se encontra e, sobretudo de algumas (re)leituras que tenho feito constantemente a fim de aperfeiçoar o trabalho que exerço. Para finalizar, deixo um trecho de meu Memorial: “estudar a educação básica foi um desafio, fazer faculdade uma honra e ser professor uma maravilhosa aventura”.
  (Por Sidmar da Silva Oliveira).

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: 55. ed.  Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
_____________. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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