quinta-feira, 24 de março de 2016

O que é nadar contra a maré?



O que é nadar contra a maré?
Sidmar da Silva Oliveira[1]
A educação tem sido uma temática muito discutida por diversos segmentos da sociedade. Nesse debate, a alfabetização é considerada como o esteio para o sucesso dos brasileiros. Muito tem sido feito em relação à formação continuada de professores, investimentos em materiais pedagógicos, programas de incentivo a formação superior, redução de carga horária – e tempo para planejar, alimentação escolar, dentre tantas outras valiosas ações. No entanto, os cortes no orçamento e a troca de ministro dão a entender que a educação pode não ser a prioridade das prioridades. Mesmo com esses problemas, posso afirmar que apesar de enfrentarmos dificuldades (falta de infraestrutura, ausência de políticas públicas no campo da saúde, habitação, emprego...), que unam-se com os propósitos educacionais, temos avançado bastante. Assim, se precisamos ter formação e compromisso com a profissão que exercemos, os cargos educacionais precisam ser preenchidos por especialistas e a ‘política precisa ser parceira’ do sistema educacional, não a base de pilares para interferências políticas.
Ressalto que a educação transforma as pessoas e, claro que essa transformação perpassa pelo empenho e compromisso do professor que lida diretamente com a realidade de seus aprendizes. Portanto, se somos responsáveis pela transformação, não podemos desistir e tampouco pregarmos ‘dois discursos’ e mais: o respeito para com a comunidade que trabalhamos é uma demonstração de compromisso com a profissão de educar. Assim sendo, suplico ao senhor que conceda saúde, seriedade e flexibilidade a nós professores para que possamos exercer os nossos deveres da melhor maneira possível; coragem, paciência, sabedoria e discernimento aos pais e alunos para desenvolver a aprendizagem e cobrar seus direitos às entidades competentes (escola, gestão municipal, estadual e federal); humildade e honestidade aos políticos, para que estes pensem no sucesso coletivo da população brasileira.
Por fim, enquanto toda sociedade brasileira sem distinção de cor, raça, etnia, religião, profissão, sexo, cargos, partido, não cumprir a legislação brasileira/educacional e não entender que alfabetizar é um ato político e não “politicagem”, infelizmente, estaremos sempre nadando contra a maré.


[1] Docente da Rede Municipal de Ensino de Monte Santo/BA (atualmente é Gestor Escolar), Graduado em Pedagogia pela Faculdade do Sertão Baiano-FASB e Pós-Graduado em Alfabetização e Letramento na FASB.

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