O que é nadar contra a maré?
Sidmar da Silva
Oliveira[1]
A
educação tem sido uma temática muito discutida por diversos segmentos da
sociedade. Nesse debate, a alfabetização é considerada como o esteio para o
sucesso dos brasileiros. Muito tem sido feito em relação à formação continuada
de professores, investimentos em materiais pedagógicos, programas de incentivo
a formação superior, redução de carga horária – e tempo para planejar, alimentação
escolar, dentre tantas outras valiosas ações. No entanto, os cortes no
orçamento e a troca de ministro dão a entender que a educação pode não ser a
prioridade das prioridades. Mesmo com esses problemas, posso afirmar que apesar
de enfrentarmos dificuldades (falta de infraestrutura, ausência de políticas
públicas no campo da saúde, habitação, emprego...), que unam-se com os
propósitos educacionais, temos avançado bastante. Assim, se precisamos ter
formação e compromisso com a profissão que exercemos, os cargos educacionais
precisam ser preenchidos por especialistas e a ‘política precisa ser parceira’ do sistema educacional, não a base de
pilares para interferências políticas.
Ressalto
que a educação transforma as pessoas e, claro que essa transformação perpassa
pelo empenho e compromisso do professor que lida diretamente com a realidade de
seus aprendizes. Portanto, se somos responsáveis pela transformação, não
podemos desistir e tampouco pregarmos ‘dois discursos’ e mais: o respeito para
com a comunidade que trabalhamos é uma demonstração de compromisso com a
profissão de educar. Assim sendo, suplico ao senhor que conceda saúde,
seriedade e flexibilidade a nós professores para que possamos exercer os nossos
deveres da melhor maneira possível; coragem, paciência, sabedoria e
discernimento aos pais e alunos para desenvolver a aprendizagem e cobrar seus
direitos às entidades competentes (escola, gestão municipal, estadual e
federal); humildade e honestidade aos políticos, para que estes pensem no
sucesso coletivo da população brasileira.
Por
fim, enquanto toda sociedade brasileira sem distinção de cor, raça, etnia, religião,
profissão, sexo, cargos, partido, não cumprir a legislação brasileira/educacional
e não entender que alfabetizar é um ato político e não “politicagem”,
infelizmente, estaremos sempre nadando contra a maré.
[1]
Docente da Rede Municipal
de Ensino de Monte Santo/BA (atualmente é Gestor Escolar), Graduado em
Pedagogia pela Faculdade do Sertão Baiano-FASB e Pós-Graduado em Alfabetização
e Letramento na FASB.
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